Escolhas, consumo e ética


Quando eu saí de casa naquele dia 24 de abril  não podia imaginar que uma  tarde de #fashionrevolution week, renderia  tanto pano para manga na minha cabeça. Quanto mais eu aprendo sobre minimalismo e consumo, mais eu vejo a importância das nossas escolhas práticas no que diz respeito à sustentabilidade e ética. Aí que entram as palavras da maravilhosa Patrícia Sant’Anna, da Tendere aqui de Campinas, que falou sobre Moda Sustentável e Moda Ética.

 

Mesmo sendo habilitada pelo curso de engenharia química para fazer estudos de licenciamento de impacto ambiental eu sempre fui muito mentalmente compartimentada sobre “impacto”. A vida inteira eu sempre fui muito consciente sobre lixo e reciclagem (aprendi com o X-Tudo, na TVE), mas eu sempre pensei muito pouco sobre meu impacto como consumidora.

Como eu nunca tive dinheiro sobrando, eu nunca me vi como consumidora. E também, sempre achei que, para “a indústria” eu seria uma consumidora muito pequena – um número insignificante.

Então, eu comprava coisas, e só depois, “se” eu precisasse descartá-las (ou suas embalagens) eu pensava no tal do impacto: o lixo, e o que fazer com ele.

Mas a Patrícia falava em

“Transformar a maneira de fazer negócios, redefinir métodos de fazer negócios e de produção e reinventar práticas de design de modo que sejam mais sustentáveis a longo prazo”

O que ainda me deixavam passiva no meu lado de consumidora.

Mas daí ela disse:

Patricia Sant'Aana

Basta estar no mundo para ter impacto nele

E nessa hora, a frase tocou o alarme.  A frase funciona pelos dois lados: impacto bom ou impacto ruim. E não só ambiental não. A gente impacta tudo o que toca, seja o mundo ou as pessoas.

Escolhas

Então, não sendo suficiente, ela disse:

“Nem comida, nem roupa são escolhas aleatórias”

E eu me lembrando, que eu preciso imediatamente levar a sério a minha dieta com restrição de lactose,  mas também eu odeio ter que exigir das pessoas que se adaptem a mim, eu prefiro me adaptar a elas, só que a minha saúde, a minha existência, depende muito disso.

E me lembrando também que eu quero ter um guarda roupa que diga algo, que tenha personalidade não só na forma, mas que também faça sentido com as minhas convicções mas, na hora de comprar, eu acabo sofrendo tanto para escolher algo, encontrar algo que sirva, algo que eu possa pagar, algo que combine com o que eu já tenho em casa, sem falar da tal moda, que muda toda hora, que acabo fazendo más escolhas sob pressão – e acabo, frequentemente, comprando algo menos legal do que eu queria.

E acaba que no final, eu não digo nada, minhas escolhas não dizem nada, elas se tornam, por falta de reflexão (ou de convicção?), aleatórias.

Mas a indústria, seja da moda ou da alimentação, ouve os consumidores. Senão não existiriam empresas como a Tendere, que pesquisam tendências, que buscam saber para onde as coisas estão indo. Um empresa quer saber que produtos vendem, porque um produto não vende, uma empresa quer saber o que seus consumidores querem comprar a seguir, como se reinventar e ser sustentável financeiramente a longo prazo. E eles fazem isso analisando as nossas escolhas.

Então, olhos abertos, cérebro ligado, foco no impacto desejado… escolha.

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