
Desodorante natural: mitos e verdades
Como minimalista, às vezes eu resolvo minimizar umas coisas que são bem importantes para mim, que é para sentir um impacto e reavaliar as coisas. Dessa vez eu resolvi mexer numa coisa bem importante, e resolvi testar o tal desodorante natural. Mas uma coisa é ver o pessoal comentando na internet, outra é fazer, na prática.

Pedra hume: o desodorante natural que é até antiperspirante
Desodorante é uma coisa muito importante para mim, é uma tragédia! Já carreguei desodorante na bolsa. Já fiz amiga (e até chefe!) ir em casa buscar um desodorante para emprestar para mim! (- elas iam em casa de qualquer jeito, viu… e são uns amores de pessoa!) E se por acaso, eu ficar em dúvida se passei desodorante ou não, imediatamente eu começo a suar frio e ficar observando a reação das pessoas em volta para descobrir se estou incomodando com o meu fedor ou não. O TOC é grave, pessoal!
Cheguei ao ponto de usar só aqueles desodorantes do tipo “clinical”, que além de caríssimos, não devem ser usados por muito tempo, mas eu usava direto, só trocava a marca “para não viciar”.
Gente, eu sou engenheira química, então comigo não tem essa de “desodorante dá câncer, é do mal”, inclusive, tem um artigo científico de revisão de 2014 que não encontrou evidência clara que ligue o uso de cosméticos para axilas ou antiperspirantes à base de alumínio com o aumento do risco de câncer de mama, ou mesmo Alzheimer. Se ficar comprovado que qualquer coisa dá câncer, o negócio sai do mercado, nenhuma empresa gosta de ficar associada à isso, não.
Eu até comprei um desodorante natural do “Bode Druida”, que é feito de óleos essenciais e um pó que parece amido de milho. (Ele separa em duas fases se fica parado, e eu tive que misturar bem, aí virou um desô em creme). Além de não curtir muito usar desô em creme, eu curti ainda menos quando descobri que ficou uma mancha de óleo na minha blusa, que até sai, mas no final… é mais ou menos o mesmo perrengue de alguns desodorantes industriais que existem por aí e que, funcionam muito melhor!

Desodorante natural: pedra hume e “Bode Druida” – um desodorante natureba comercial
O que todo mundo fala sobre os desodorantes naturais é que eles super funcionam, mas que eles te permitem suar naturalmente – um eufemismo para dizer: você vai suar pacas, por que você nem lembra como é suar de verdade e, para ajudar, pode ser que essa receita não funcione para você.
“Pode ser que não funcione para você” é outro perrengue normal com os desodorantes comuns, é só que a gente não quer admitir… mas, se tirarem o seu favorito do mercado, você fica órfão, o mesmo acontece se você viaja, esquece o seu e não acha igual para comprar! Aposto!
Eu até participei de um workshop de cosméticos naturais no SESC com a Camila Gomes Pastor, que tem uma receita bem legal no site da Permearte, como a receita é com manteiga de karité, ela interage melhor com a pele.
Mas… eu vi em alguns grupos que alguém usava um tal “desodorante de sal” outros diziam que usavam “uma pedra” e fiquei muito interessada. Fiz uma boa pesquisa e descobri que a tal pedra de sal é a famosa e antiga “Pedra Hume”, que chama assim por uma corruptela do português, já que o nome original seria “pedra de alúmen”. O negócio é pura e simplesmente alúmen de potássio (bom, principalmente isso).
A pedra hume tem muitos usos, desde purificação de água (floculante), fixador de cor (mordente), cicatrizante (pós barba e unhas) e… desodorante!
Mal cheiro… cc, mesmo
Outra coisa importante, que você já deve saber, é que não é a gente que cheira mal. O suor é praticamente todo água e o resto são sais minerais. A culpa é das bactérias que já vivem na nossa pele e nas nossas coisas e que, se alimentam do nosso suor, e acabam gerando o temível mal cheiro.
Aí está a chave para o meu dilema. Comecei a usar a pedra hume na Páscoa, só porque eu fui no mercadão comprar uns temperos para fazer um almoço especial, perguntei e a tal barraquinha tinha!
Como funciona a pedra hume como desodorante
O negócio é assim: toma banhiiinho, evita a todo o custo secar embaixo do braço (se esquecer, tem que molhar de novo), esfrega a pedrinha como se fosse um desodorante stick, aumenta um pouco a área, porque meu TOC pede. Aliás dá para comprar a pedra esculpida como se fosse um desodorante stick… o que ajuda bastante. Mas, eu sou hard core, aí comprei um saquinho que tinha uns pedaços de pedra grandes, e eu fico tentando não derrubar eles, para não quebrar… comprar no mercadão é mais barato, mas é mais difícil!
E… Funciona?
O tal desodorante de pedra funciona. Claro que deveria funcionar, afinal ele é a principal matéria-prima do “desodorante” comum. A diferença é que não vai ter todos os outros componentes que ajudam o desô a funcionar melhor. Também não vai ter perfume, o que, para mim é grande vantagem – antes, eu já usava desodorante sem perfume já que eu não me importo com desodorizar (colocar perfume) mas sim com a função antitranspirante/antiperspirante (diminuir o suor e evitar o malcheiro). Só que ele funciona gradualmente.
Logo de início, ele não funciona (por isso é bom começar quando está mais friozinho e mais calminho). As tais bactérias estão acostumadas com outras coisas, aí elas começam a proliferar, e como não tem coadjuvantes, o negócio funciona menos. Pior: as roupas estão cheias de bactérias esperando para comer o suor, ainda tem os restos dos últimos desodorantes e tudo isso colabora para piorar o “parfum de le gambè”. Mas, quanto mais tempo de uso, mais funciona.
Então, eu percebi que, eu fico cheirosinha… mas não dá para dizer o mesmo sobre as minhas roupas. E, quanto mais tempo passa usando a pedra hume, mais cheirosinhas eu e as minhas roupas ficamos. Ontem, por exemplo, quando eu fiz a inspeção da minha blusa no final do dia, ela cheirava à sabonete!!! Nunca na minha vida as minhas roupas cheiraram a sabonete… provavelmente, só quando bebê! – detalhe, eu estava usando sabonete de bebê…

Olha a felicidade de quem descobriu que não fede que nem um gambá!
Ponto negativo: a blusa fica molhada de suor mais fácil. Então, tem que caprichar nas blusas mais largas, tecidos mais ventilados (evitar sintético a todo custo!) e evitar passar calor, a menos que você não tenha problemas em exibir “a pizza” de suor, mesmo estando com perfume agradável.
Minhas dicas finais são: comece a usar no frio, capriche nas roupas arejadas e seja feliz!
Esse negócio de desodorante natural funciona, e fica cada vez melhor!!
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