Útil ou belo? O uso sobre a posse e o mito do conforto


Um dos maiores medos de uma pessoa comum ao se  deparar com o mundo minimalista  é perder seu conforto, já que este, geralmente, foi conquistado à duras penas.

Muito dos objetos em nossa casa fazem muito mais sentido – e se tornam mais fáceis de desapegar – se pensarmos neles em relação à sua utilidade e não ao conforto. Por exemplo, um guarda-chuva, não importa quão belo seja, só é útil se nos proteger da chuva. Se ele quebra, é preciso consertar ou jogar fora e comprar um novo. O seu tecido pode ser reutilizado ao passar por um upcycling e virar uma bolsa, seu metal derretido e virar outra coisa, mas como guarda-chuva? Desapega! O mesmo podemos dizer daquela faca do chef sem fio, parada na gaveta, serve para quê? Passar manteiga? Conserta, afia ou desapega! Aquela roupa que não serve faz um bom tempo? Desapega! Doa, vende, recicla.

Nós guardamos muitas coisas por conta de sua beleza ou por atribuirmos algum valor sentimental à elas. Mas a lembrança não está no objeto em si, mas na nossa memória. Nós guardamos muitas coisas por conta de serem caras, sem considerar que nosso desejo era a grama cortada, e não um cortador de grama; que a moda muda ou que nós mudamos.

Sim, a tecnologia evolui, sim a imaginação humana não pára de nos surpreender. Não, você não precisa de tantas telas, de tantos livros, tantos gadgets, eletroeletrônicos, roupas, novidades, must haves, lançamentos,  cursos, eventos, festas.

Você pode usar sem possuir: um livro, um parque, um pôr do sol. Você pode viver sem fotografar: a alegria de estar junto, a cor de um dia de sol ou de chuva, a tristeza de perder algo ou alguém que se ama.

Para criar impacto, basta estar vivo. Você cria um impacto bom ou ruim?  O seu conforto gera que tipo de desconforto para o mundo? Algumas compras são inevitáveis, e as outras? Querer é precisar?

 

 

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