
Ideias para salvar o mundo. Parte VIII: Guarda-Roupa Compartilhado
Na sexta 25.Out.19, por ocasião do Festival de Inovação de Campinas, fui convidada da Oca para realizar junto, lá no Terracota coworking uma Roda de Conversa chamada Minimalismo e Consumo Colaborativo: Ideias para salvar o mundo. Este post é uma recapitulação e segmento da conversa daquele dia. Neste oitavo e último post vamos conversar sobre possíveis ideias para salvar o mundo, vamos falar sobre o Guarda-Roupa Compartilhado.
“Todas as decisões que envolvem o vestir tocam a vida de muitas pessoas, de muitas cadeias e de universos tanto particulares quanto globais. Desejar, comprar, usar e enjoar. Cada etapa é permeada por escolhas estéticas e financeiras que nem sempre são feitas com plena consciência. E tudo bem.
Mas, se o nosso guarda-roupa é um reflexo de quem somos, é também de como somos no mundo.
Enxergamos que o problema não está no consumo. Consumir também é a capacidade de usar e esgotar um produto na sua máxima potência, e não apenas poder de compra.
Por isso a pergunta que queremos te fazer é: Por que você precisa comprar tudo que deseja usar?”
– Manifesto Roupateca
Lucid Bag – o primeiro Guarda-Roupa Coletivo do país, está em funcionamento desde 2014 na cidade de São Paulo. A Roupateca, desde 2016.
A ideia do guarda-roupa coletivo é estimular o cultivo e conhecimento do estilo próprio por meio do aluguel e empréstimo. As possibilidades de testar e usar são infinitas e a prática evita que a pessoa compre peças que sejam usadas poucas vezes e que passem mais tempo no guarda-roupa do que em seu corpo.
Por meio da quebra do padrão já estabelecido entre consumidor e roupa, o Guarda-Roupa Coletivo busca desvincular a moda da compra.
Dessa forma, o guarda-roupa compartilhado permite testar tendências e aproveitar a economia para investir em peças mais atemporais e duráveis para seu guarda-roupa em casa.
O Guarda-Roupa Coletivo é diferente da já conhecida loja de aluguel de roupas de festa. As peças disponíveis não são só para grandes eventos sociais, mas também peças mais para o dia-a-dia. Geralmente eles trabalham em modo de assinatura, e em alguns as roupas são do guarda-roupa, e em outros, do coletivo (você leva uma peça para fazer parte do acervo e ganha uma parte quando sua peça é escolhida por outra pessoa).
O fato é que eles mudam nossa relação com as roupas. Porque uma peça de roupa pode ser nova de novo, se for a primeira vez que você a usa. Porque cada peça de roupa, cada material que compõe uma peça de roupa merece um cuidado especial, para poder continuar existindo por mais tempo e para poder contar mais histórias.
Porque talvez, as roupas que a gente veste sejam simplesmente fruto de uma longa trilha de decisões que não foram, realmente, feitas por nós.
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